Instituto Pensar - Mortalidade infantil yanomami supera Serra Leoa, a pior do mundo

Mortalidade infantil yanomami supera Serra Leoa, a pior do mundo

Após a negligência de Bolsonaro, governo Lula endurece ações contra garimpo ilegal em terras yanomamis e suporte às comunidades indígenas (Imagem: Reprodução)

Após a negligência do governo Bolsonaro (PL) no cuidado das comunidades indígenas, a mortalidade de crianças Yanomami abaixo de um ano cresceu para 136,7 a cada mil nascidos, em 2020. A taxa é superior ao índice de mortalidade infantil em Serra Leoa ? 78,2 a cada mil nascidos ?, a maior do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Leia também: Como Bolsonaro planejou extinguir a reserva Yanomami

Os números da mortalidade infantil na Terra Indígena Yanomami (TIY) constam no relatório Missão Yanomami, do Ministério da Saúde, divulgado em janeiro.

Em 2020, segundo o documento, 126 crianças Yanomami com menos de um ano de idade morreram. Quando comparado com os anos anteriores, é o maior número de crianças mortas nessa faixa etária, no período que vai de 2018 a 2022.

Em relação à taxa de mortalidade, os anos de 2018 e 2019 também apresentaram números acima dos três dígitos.

Ministério da Saúde chama a atenção para o fato de que as mortes em 2021 e 2022 ? 69 e 67, respectivamente ?, são preliminares, podendo, inclusive, ser maiores. No que se refere às taxas de mortalidade, mesmo que se considere os números preliminares dos últimos dois anos, elas estariam entre as dos países com maior taxa de mortalidade infantil do mundo, como a República Centro-Africana (75,4) e Guiné (63,7).

No total, entre 2018 e 2022, 505 crianças Yanomami de até um ano morreram.

De acordo com o relatório, o componente neonatal ? 0 a 6 dias e 7 a 27 dias de vida ?, representou 57,8% dos óbitos em menores de um ano entre 2018 e 2022. Esse indica falhas na atenção à gestação, ao parto e aos cuidados recebidos no nascimento. Além disso, exprimem problemas no desenvolvimento socioeconômico geral dos Yanomami e as próprias condições de saúde da mulher.

Sobre as mortes entre crianças Yanomami, o relatório aponta que "as principais causas de óbito são por agravos preveníveis, mas no registro não é evidenciado o agravante principal, que é a desnutrição?. Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, 56,5% das crianças estavam abaixo do peso recomendado. Em comunidades como Paapiu, em 2022, por exemplo, esse percentual foi de 80%.

Governo Lula endurece medidas contra garimperios em terra Yanomami

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou nesta semana ações para retirada do garimpo ilegal da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Equipes do Ibama, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública destruíram, na terça-feira (7), um helicóptero, um avião, um trator de esteira e estruturas que serviam de apoio logístico aos garimpeiros.

O trator era usado para abrir "ramais? para movimentação dos garimpeiros na floresta. Houve ainda apreensão de duas armas e três barcos com aproximadamente 5 mil litros de combustível. Com a operação, o governo quer inviabilizar o fornecimento de suprimentos, abertura de rotas e escoamento da produção dos garimpos na terra indígena, de acordo como Ibama.

Em outra frente, uma base de controle foi instalada no Rio Uraricoera para bloquear a passagem de barcos com combustível e equipamentos ? antenas de internet e geradores, por exemplo ?, com destino aos garimpeiros. O material é levado por "voadeiras? ? barcos movidos a motor ?, de 12 metros, que chegam a carregar uma tonelada de alimentos. Todo suprimento apreendido será usado para abastecer aba-se de controle.

Outras bases, fornecida pela Funai, serão montadas em diversos pontos da terra indígena. Foram feitos sobrevoos pelo Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama para identificar e destruir pistas de pouso clandestinas na região.



0 Comentário:


Nome: Em:
Mensagem: